16 de março de 2020

Em rede

Por estes dias, a palavra "solidariedade" circula como factor de uma urgência que ninguém nega. O certo é que a premência da sua circulação arrasta a sensação incómoda de que não estamos a aplicar um valor seguro, antes a tentar recuperar algo que andava perdido.
Daí a perturbação de uma pergunta política, agora reconvertida em amarga dúvida existencial: como passar da abstracção do social em rede para o concreto do social das matérias e dos corpos?
Não se trata de demonizar os domínios virtuais da comunicação, apenas de reconhecer os ancestrais valores das redes realmente sociais em que se joga a vida e a morte dos cidadãos. Tempos cruéis.