Por distracção ou soberba, gostamos de menosprezar as ficções menos realistas como acontecimentos descartáveis, ainda que vocacionados para a satisfação de uma futilidade que, estupidamente, exibimos como marca lúdica de superioridade existencial. Enganamo-nos, claro. E tanto mais quanto o nosso engano se exibe mascarado por um imaginário social da gratificação por qualquer preço. Acontece que as ficções se vingam: por estes dias, The Walking Dead é apenas um espelho riscado da nossa clausura — e da força maligna do outro.