Compelidos a olhar (ainda) mais vezes para os ecrãs de televisão, há cenários, guarda-roupa, poses e discursos que nos levam a perguntar: porquê tanta fealdade?
No limite, podemos até supor que há muitas emissões para as quais, no interior da própria máquina televisiva, ninguém olha, ninguém sabe, ninguém quer saber. Há mesmo esse exemplo (regular) dos jogos de futebol em que os jogadores usam equipamentos muito semelhantes, dificultando a identificação de uma e outra equipa... O exemplo envolve uma reveladora sintomatologia: os jogos são vistos por audiências gigantescas (por vezes, centenas de milhões de espectadores), movimentam numerosas e complexas estruturas (dos clubes às equipas técnicas de transmissão, passando pelos poderosos estrategas de marketing) e não há uma pessoa — bastaria uma pessoa — capaz de colocar a mais básica questão de comunicação: será que, nos seus ecrãs, os espectadores vão conseguir distinguir os jogadores das duas equipas?