12 de julho de 2020

Vozes

Nada a fazer: por mais que o voluntarismo endémico da "comunicação" resista a tal reconhecimento, cada voz transporta uma ideia dupla — sobre o que diz e faz, sobre o que serão os seus receptores. Assim, no mapa mediático das vozes encontramos esse fenómeno, cada vez mais generalizado, que se sente na televisão, mas talvez ainda mais na rádio. Chamemos-lhe hierarquização autoritária das consciências. Assim, há vozes que confundem a noção de serviço (público, como se costuma dizer) com uma grosseira infantilização do destinatário. Será que os produtores de tais sonoridades julgam que já não há adultos na sala?