Por cada nova carta de Makar Devushkin à sua Varvara Alexeyevna (Varenka, Varenka!), há qualquer coisa de imponderável, mas também de estranha fisicalidade, que nos pode levar a desconfiar de todas as suas palavras, confissões e utopias. Como se a miséria da sua existência induzisse um traço de cinismo moral. Somos nós que somos ainda mais cínicos? Ou Dostoievski que possui acesso à maquinaria secreta dos laços humanos, por isso mesmo descrendo de tudo e de todos?