26 de setembro de 2020

Escola / Estado

As escolas enfrentam uma verdadeira quadratura do círculo: como fazer funcionar aquilo que, para lá da transmissão de conhecimento, não pode deixar de envolver um projecto de socialização, quer dizer, tanto no plano físico como nas estruturas simbólicas, uma efectiva redução das distâncias?
Muitas das reflexões que proliferam cedem à facilidade de transferir para o Estado a total responsabilidade das dificuldades e impasses que todos conhecemos ou, pelo menos, pressentimos. Há qualquer coisa de pueril nessa saga culpabilizante. E não porque, legitimamente, cada um possa considerar as medidas governamentais como "melhores" ou "piores". Antes porque a pandemia fere a própria ideia de Estado. Mais do que isso: qualquer política de transmissão de saber.