16 de junho de 2020

Dignidade & etc.

Eis o social que temos: quando uma equipa de futebol anda a jogar mal, acumula derrotas e desce na classificação... alguém chega para garantir que está tudo a acontecer com imensa dignidade. No pólo oposto, os vencedores, estranhamente, nunca são associados a tal valor — encarnam sempre matrizes de heroísmo mais ou menos nacional ou nacionalizável. Quer isto dizer que a performance profissional passou a existir entre duas utopias de miséria: perder é qualquer coisa que se redime numa espectacular afirmação moral (eventualmente despedindo o treinador, mas nunca ninguém fala da sua dignidade...); ganhar obriga a comunidade a reconhecer nos vencedores um modelo a aplicar em todos os recantos da sociedade.

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