28 de junho de 2020

Política e medicina

Dois limites realmente drásticos parecem definir o quadro realista e simbólico em que estamos a viver a pandemia: de um lado, sobretudo com Donald Trump, parece não ser possível ir mais longe na consagração de uma irresponsabilidade que, antes de ser inevitavelmente política, é tragicamente humana; do outro, a instauração de um discurso global, globalmente vigilante, dir-se-ia panóptico, de alertas médicos leva a perguntar se a política não estará a ser co-optada e subsumida pela medicina. Resta saber se uma coisa e outra se alimentam e reforçam, nem que seja através de formas perversas de coabitação mediática.