E se a nossa identidade passasse a ser definida apenas através de vectores de natureza médica?
Isto porque corremos o risco de sacudir a política, delegar a política na medicina e sobreviver apenas através do discurso clínico.
Será que a nossa salvação tem como preço o esvaziamento de qualquer conceito de polis? Deixamos de pensar o indivíduo com os outros, para o definirmos como aquele que se distancia dos outros?
Ou ainda: a necessidade da distância física deixará como saldo a normalização da distância intelectual? Sem o outro, como vou saber quem sou?
E se eu já não formular essa derradeira pergunta, quem a vai formular por mim?