Na CNN, um investigador dá conta da volubilidade do Facebook: nas suas páginas, circulam teorias da conspiração em torno do COVID-19, teorias que, de facto, em sentido literal e simbólico, funcionam como poderosas viroses. Mark Zuckerberg surge num breve depoimento, garantindo que a sua empresa está atenta, rapidamente eliminando tais mensagens (a reportagem garante também que, em qualquer caso, a velocidade de propagação das mentiras é assustadora). Não é a boa fé de Zuckerberg que está em causa — acontece que ele inventou um sistema de "comunicação" que favorece este género de eventos "sociais". Vigiar as imposturas que o Facebook pode acolher é a inevitável resposta do bom senso. Em qualquer caso, tal atitude expõe um outro tipo de verdade que esse mesmo bom senso nunca quis enfrentar. A saber: o Facebook não é a consagração ideal, muito menos idealista, de uma transparência lírica, absoluta e inexpugnável. É, isso sim, através do aparato cândido da transmissão de dados, um novo conceito de social. Que nos faz viver socialmente mal.